No passado domingo, um grupo de motards da Caixa Geral de Depósitos vindo de vários pontos do país (Lisboa, Cascais, Coimbra, Braga, Miranda do Douro, Guarda e Mação), encontraram-se com mais um grupo existente há muitos anos na região da Guarda, os Hard Motards, e rumaram em direcção ao Fundão, mais concretamente a Aldeia Nova do Cabo.
A finalidade era só uma.
Poder desfrutar da companhia do Padre Zé Fernando, motard de gema, e fazer-lhe companhia por umas horas.
O encontro estava previsto para as 13 horas no café Fadista do sr. João.
Como sempre, horário cumprido.
Foi uma alegria rever o Padre Zé depois de Coimbra no Dia do Motociclista.
A doença que o atrapalha significativamente e contra a qual ele continua a lutar fortemente, tem vindo ultimamente a dar-lhe alguns problemas. Mas a sua força de viver e de estar com os amigos motards, tem-lhe dado vitórias sobre a “maldade”.
Estávamos à mesa 28 pessoas. Foi salutar, conversar sobre os mais variados temas, ouvi-lo com muita atenção e partilhar de algumas alegrias e partidas. Naturalmente que a música criada por ele, fez parte integrante da nossa refeição. Ouvimo-lo cantar e fez-nos cantar.
Depois da refeição surgiu o convite para visitarmos a sua modesta casa.
Lá fomos como se de uma procissão se tratasse.
Como a máquina de lavar roupa estava a finalizar o programa, logo duas senhoras se prontificaram a estendê-la na corda, enquanto ele ia descobrindo aos visitantes os compartimentos caseiros.
Sabem o que estava logo na sala de entrada? A sua "pequena", a Yamaha verdinha.
Subimos ao primeiro andar, lugar onde se encontra o seu escritório. E que escritório. Só recordações dos mais diversos moto clubes, bandeiras, bandeirinhas, troféus, quadros, fotos, pin’s, t-shirts, etc, etc…
Mostrou-nos o seu “dicionário” onde está descrita toda a sua doença, e falou-nos da sua experiência de Homem.
O grupo da Caixa, através do Emanuel Silva, ofereceu-lhe uma t-shirt própria para mais uma recordação para aquele espaço.
E porque as horas iam decorrendo e o pessoal tinha que regressar aos seus lares, tivemos que terminar por ali a nossa visita.
Ainda não nos tínhamos despedido todos, e já outras pessoas estavam a chegar para lhe fazer companhia.
Assim se vê a riqueza de uma pessoa que mais não tem feito do que bem a todos com os quais lida.
Uma sua observação tocou-me profundamente.
Disse-me ele que já não usa agenda porque não sabe o dia de amanhã. Só programa o momento que está a viver. E são tantos os convites para deslocações.
Mas a força de vontade com que o faz, é algo digno de ser observado por todos.
Não sei quem vai ler este documentário. Mas se tiverem oportunidade de visitar o Padre Zé Fernando em Aldeia Nova do Cabo, façam-no para lhe dar força e para receberem uma lição de vida.
Pessoalmente tenho estado com ele várias vezes. Procurarei estar ainda mais, enquanto eu possa e ele me quiser receber.
Foi tão importante para a maioria lidar tão perto com ele, porque nunca o tinham feito, que os comentários que recebi a essa visita, me tocaram profundamente, uma vez que fui eu o organizador e o meu amigo Sérgio Sousa o homem da logística.
Parabéns Sérgio pela excelente jornada.
Voltaremos.