terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nos Picos da Europa


Começo este meu relato da nossa viagem aos Picos da Europa, pela afirmação do Vítor Vitorino que escreveu na sua saudação de bom regresso a casa no dia seguinte, para todos quantos fizeram a viagem“ A todos um grande abraço de saudades. E só passou um dia!!”



Quando se fala assim, ou melhor, se escreve, esta afirmação está carregadíssima de um sentimento de saudade muito, mas muito grande. E vinda de quem vem.......

Não me enganarei se disser que é ao fim ao cabo o sentimento de todos. 

O começo desta aventura começou para alguns, os do Sul/Centro, na sexta-feira dia 12. Depois de um laborioso dia de trabalho, pegaram nas suas “coisinhas”, nos seus veículos e rumaram todos a caminho da fronteira, que é como quem diz a Vilar Formoso. O Jorge Martins, a Maria José e o Zé Torres, a Ilda, o Mota Ascenso, o Zé Humberto, a Paula e o Mesquita e por fim a Cláudia e o Vítor.

Claro que me coube a mim ser o anfitrião do jantar desse dia.

Por sinal e coincidindo com o início das festas de Nossa Senhora da Paz naquela Vila, o grupo acabou à mesa na sede dos Barriguinhas (Peña à qual pertenço) e que a maioria já conhece.

Após o repasto que meteu um arrozinho de cabidela e melão, bebeu-se um cafézinho. A seguir fomos até ao largo das festas, logo ali ao lado, onde houve a possibilidade de os visitantes verem mais algumas das muitas peñas existentes nessa Vila.   

Só vos posso dizer que foi um espanto geral para todo o pessoal a existência de tantas peñas e de tanta juventude. Logo de imediato começou o desfile de todas elas, tendo o pessoal assistido a duas ou três.

Como havia necessidade de descansar para no dia seguinte avançarmos para o destino definido, decidiu-se por ir dormir.

No dia seguinte, sábado, às 8 horas da manhã lá estava todo o pessoal pronto para o primeiro arranque. O Zé Coelho juntou-se ao grupo nessa manhã vindo da Guarda.

Depois de abastecer em Fuentes de Oñoro, lá fomos cantando e rindo por essas estradas de Espanha, em muito bom estado por sinal, em direcção a Cangas de Oniz, Asturias.

O primeiro ponto de referência nesta viagem era Benavente, local onde estava marcado o encontro com o grupo do Norte. Depois de Salamanca e Zamora chegou-se ao primeiro destino para rever velhos amigos como o Outeiro, Emanuel, a Sónia, a Alexandra, o Pedro e o Pacheco.

Logo de imediato atacámos uns “bocadilhos” de presunto de forma a não perdermos tempo sentados a uma mesa de restaurante.

Digamos que a porta de entrada nos Picos foi práticamente em Riaño. A paisagem começou a mudar muito significativamente, com elevações extremamente altas e um arvoredo bastante verde.

Considerando a maravilhosa paisagem, as paragens também iam sucedendo para mais uma foto. Como o calor também era intenso, aproveitava-se também p ara beber qualquer coisa.

Lá se chegou ao destino a horas decente. Fez-se o registo no hotel e depois de uma “banhoca”, partimos para o jantar. Acabou-se no regresso para os quartos já o relógio passava das 24H. Apenas um senão. Não conseguimos ver a Lua como o Vítor Vitorino queria através do seu telescópio que levou desde Portugal. É que algumas nuvens espanholas estragaram-nos o arranjinho.

O domingo acordou um pouco envergonhado mas sem chuva. Partimos então a caminho doutra zona dos Picos para continuarmos a apreciar a paisagem.

Localidades visitadas como Covadonga, Parres, Cabrales, Potes e Fuente Dé, entre outras, são locais que aconselhamos a visitar numa próxima oportunidade.

Fuente Dé tem a particularidade de ter o teleférico para se subir a 800 metros de altura em apenas dois minutos e perante uma barreira granítica de um tamanho de meter medo a qualquer um. Do nosso grupo, uns arrojados lá foram passear e pelos vistos até gostaram do que viram. Os que preferiram ficar em terra, dedicaram-se a matar a sede e a aconchegar um pouco os estômagos.

Aqui a chuva fez a sua aparição e o regresso à nossa “base” de pernoita foi um pouco húmida.

O jantar foi logo a seguir mesmo antes de irmos para os hóteis.

O aconchego esta noite foi um pouco mais cedo e desejado, pois o dia inteiro a andar de um lado para o outro acabou por nos cansar um pouco. Nesta zona as curvas são mais que muitas.

A manhã de segunda-feira acordou também um pouco tristonha mas sem chuva.

Os GPS começaram a ser actualizados com novos destinos. Os do regresso.

Mais uns quilómetros por entre estradas sinuosas e com paisagens deslumbrantes.

Mais umas paragens para fotos e mais fotos. Entretanto o Sol apareceu, as estradas começaram a ser mais largas e o pessoal começou a andar um pouco mais depressa sem que o respeito pelos limites de velocidade e a segurança normal fossem colocadas em causa.

O almoço final de despedida do grupo foi uma das boas refeições apreciadas. Em quantidade, qualidade e barata.

No meio de toda esta nossa aventura, apenas dois contratempos. Primeiro a Alexandra e depois a Sónia que se sentiram meias indispostas com alguma comida do dia anterior. Mas parece que tudo passou, e ainda bem.

Mais à frente parou-se numa estação de serviço para umas águas, já que o calor era demasiado, e aproveitou-se a oportunidade para as despedidas do pessoal que se dirigiu a Chaves para o regresso ao Norte.

Com o baixar do Sol e as dificuldades habituais de condução nestas circunstâncias, lá fomos andando até chegarmos à fronteira de Vilar Formoso por volta das 20H.

Abasteceram-se as motos já que a gasolina sempre é mais barata e cada um a suas casas.



Ficou assim mais uma etapa de aventura do Grupo Motard da Caixa Geral de Depósitos por terras espanholas a uma zona que nos marcará certamente pela sua beleza natural e pelo são convívio.

Tenho que deixar em destaque duas novas presenças. Qual delas a melhor. O Leonardo e o Zé Humberto. O primeiro é filho do Vítor Vitorino e com apenas 3 meses. Portou-se maravilhosamente e pelos vistos gostou do grupo porque não refilou nadinha. 
O Zé Humberto é um amigo que além da loucura pelas motos, estava sempre preocupado com alguém que estivesse atrasado. Quando assim era, pegava na sua moto e lá ia ele à procura. São ambos bem vindos.