Passeio Internacional
CGD 2014
Prefácio
Inserida na agenda anual da Caixa
de Geral de Depósitos, a viagem internacional de 2014 será ao norte de Espanha,
com visita à costa cantábrica, Astúrias e parque nacional dos Picos de Europa,
um dos santuários dos moto-turistas europeus.
5 de Junho de 2014
(Dia 0)
Este dia serviu para alguns
elementos do grupo, nomeadamente o David Cabecinhas, Rui Chaves, António Silva
e Delfina, adiantarem alguns kms, permitindo-lhes fazer o dia seguinte mais
descansados.
Pernoitando em Vilar Formoso, tiveram
a excelente companhia do Sr. Coelho durante o jantar.
Esperado com muita ansiedade
pelos membros que tinham confirmado a sua presença, chegou do dia D.
O 1º ponto de encontro proposto
foram as bombas de gasolina da Cepsa em Fuentes de Oñoro, onde às 9h se
encontraram religiosamente o grupo que tinha pernoitado em Vilar Formoso, bem
como o Sérgio Sousa e Cristina. Incrivelmente, o Rui Chaves estava presente à
hora marcada!!!
Começa bem o passeio.
Cumprimentos da praxe, fotos a atestar a passagem, encher os depósitos (das
motos) e ala que ainda tínhamos que ir até Salamanca.
1º paragem ao fim de 112kms para
conhecer ou relembrar Salamanca (http://www.salamanca.es/pt/).
Com a visita guiada por um verdadeiro cicerone de seu nome Sérgio Sousa, os
visitantes deambularam pela Plaza Mayor e respectivo centro histórico, passando
pelas catedrais velha e nova (onde viram o leão a comer gelado e o astronauta
na frontaria) bem com a Torre dos Jerónimos que separa a catedrais. Passagem
pela Casa das Conchas, pátio das Escuelas, onde observaram a famosa rã,
Universidad Pontifícia entre outros.
O tempo escoava e o encontro
marcado com o Pedro Cerqueira, Alexandra Soares bem como a sempre encantadora
Mara e a bem-disposta Sónia Barbosa em Tordesillas (http://www.tordesillas.net/) pelas 12h,
obrigava a calcorrear novamente a estrada.
Com algum atraso, a invasão
portuguesa e encontro de companheiros, registou-se na praça maior, para a 1ª foto
de grupo com a bandeira da CDG, no dia em que se comemoravam 520 anos da
assinatura do Tratado de Tordesillas.
Encontrado um sítio aprazível
para um almoço volante, num miradouro junto ao Rio Douro, atacou-se o verdadeiro
banquete proporcionado pela Xana e a Sónia.
Porque havia ainda muitos kms até
Bilbao, tivemos que deixar Tordesillas. O resto da viagem foi sem grande história,
apenas com as paragens necessárias e obrigatórias para descansar pernas,
atestar motos e comprovar que as CBR 1000 RR conseguiam médias bem baixas, pelo
andamento muito regular empreendido. À medida que nos aproximávamos do norte de
Espanha, a paisagem plana, seca e amarela ia paulatinamente alterando para começar
a imperar o tom verde e a montanha húmida que fazem lembrar os Alpes.
A chegada ao Hostel aconteceu ao
final da tarde, depois dos muitos equívocos em cruzamentos, rotundas e
entroncamentos, que provaram que Bilbao (http://www.bilbao.net/cs/Satellite?c=Page&cid=3000005415&language=es&pagename=Bilbaonet%2FPage%2FBIO_home)
é uma cidade labiríntica e confusa, até mesmo para os GPS.
A manhã nasceu bastante
soalheira, contrariando as previsões de céu nublado e de alguma chuva, bastante
frequentes no norte de Espanha. A saída do Hostel pelas 10h da manhã permitiu
visitar o centro de Bilbao, o famoso museu do Guggenheim (http://www.guggenheim-bilbao.es/) e
o respectivo “cãoteiro” puppy.
A manhã avançava, o calor
apertava e a visita agendada a alguns lugares obrigava o pessoal a montar as
cavalgaduras.
Como uma das máximas deste grupo
da CGD é enriquecer-se culturalmente, não podia faltar a passagem pela Ponte de
Vizcaya (http://www.puente-colgante.com/index.php/es/),
ponte única no mundo pela sua singularidade.
O almoço marcado para Castro de
Urdiales (http://www.turismocastrourdiales.net/portal/turcastro.jsp?codResi=2),
não se realizou, pois a ansia de chegar a Santander era tal, que o grupo separou-se.
Como amigo não empata amigo, os
adiantados foram para Santander e o restante grupo deambulou pela estrada
nacional junto à deslumbrante costa cantábrica e golfo da Biscaia, onde se
almoçou em Islares, novamente de forma volante. A maneira menos onerosa e mais rápida.
Bucha atestada toca de concluir o
trajecto até Santander (http://cantabria.costasur.com/pt/santander.html)
e reencontrar os mais adiantados. Ainda nos sentimos tentados em apanhar o
ferry para Plymouth e visitar o sul de Inglaterra, mas por motivos de
compromissos com o Mendonça, não embarcámos.
O próximo ponto de visita foi Santillana
del Mar (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/santillana.html)
a tal vila das três mentiras - 1ª não é Santa, 2ª não é plana e 3ª não está
junto ao mar - património da humanidade.
Valeu pela visita à povoação, ao
mosteiro local (colegiata) e pela calorosa recepção que o Mendonça nos
proporcionou. Finalmente estava completo o grupo de peregrinos aos Picos de
Europa. Continuamos a percorrer a estrada marginal em direcção a Llanes,
passando por belas localidades como Comillas e San Vicente de la Barquera,
terminando a jornada no simpático Hostel El Cantón (http://www.hotelelcanton.com/fotografias.htm).
Junto ao porto de Llanes (http://www.llanes.com/),
jantamos vários pratos e degustámos a famosa sidra asturiana. Como qualquer
leigo que se preze e bom desconhecedor do truque de servir a sidra, foram
bebidas várias garrafas sempre retirando a tampa com um formato esquisito que
não percebíamos para que servia!!!! Cansados, bem comidos e bebidos, o corpo
clamava por uma boa cama, para retemperar para o dia seguinte, onde entraríamos
finalmente nos afamados Picos de Europa.
Mais um dia soalheiro e
esplendido para a prática do moto-turismo. As conversações que o Cabecinhas
andava a ter com São Pedro estavam a resultar!!!
Percorrida a distância que nos
separava da porta de entrada dos Picos de Europa, parou-se em Cangas de Onís (http://www.cangasdeonis.com/) junto à
famosa ponte romana, travando conhecimento com um hindu que estava a estudar em
Espanha e se fazia deslocar numa scooter! Fantástico.
Mais fotos da praxe a atestar a
nossa passagem, depressa se subiu até aos Lagos Ercina e Enol.
Finalmente chegados ao topo de um
dos ícones do paraíso moto-turístico do continente europeu. A quantidade de
motos a chegar e a partir era mesmo brutal, qual Cabo da Roca lá do burgo. Mais
fotos, filmes e pelingrafias. O Mendonça como andava a um ritmo próprio e não
devia apreciar muito a nossa companhia, decidiu descer primeiro e, como o lugar
do almoço volante estava marcado para o parque de estacionamento do Lago Ercina,
andou parte do dia desencontrado do resto do grupo.
Descida até à Basílica de
Covadonga (http://www.santuariodecovadonga.com/),
onde o Mendonça nos proporcionou mais uma recepção triunfal e onde pudemos
apreciar as vistas, a Santa Cueva, onde de acordo com a tradição apareceu uma Virgem
Santa na Cova e o vale a partir do qual Pelayo começou a reconquista da
península Ibérica.
Porque havia mais pontos de
interesse a percorrer ou conhecer e um programa a cumprir dirigimo-nos a
Poncebos com o intuito de visitar Bulnes e conhecer o famoso funicular, (http://www.verdenorte.com/funicular-de-bulnes)
mas passagens de € 21,00 por pessoa, inibiu a malta. Um casal pagaria mais de €
42,00!! Isso dá para muita gasolina. Tivemos oportunidade de confraternizar com
um grupo de caminheiros da Caixa Geral de Depósitos que também estava nos Picos
de Europa. Como o grupo não é de esmorecer e baixar os braços, decidiu ir até
Sotres, bem no interior da cadeia montanhosa. Percorrida a estrada manhosa mas
com vistas de cortar a respiração chegou-se a Sotres extasiados e a relatar as
peripécias das curvas, nomeadamente do gajo da VTR SP1, que nos ultrapassou e
por pouco não tinha seguido em frente num cruzamento!
Bebemos novamente sidra e
finalmente percebemos o pormenor da tampa das garrafas! Infelizmente nestes
dias as horas passam a correr, tivemos que descer novamente a serra até Cangas
de Onís, onde se pernoitou.
A quantidade de portugueses que
deambulava pelos Picos era impressionante. Grupos de motos, muitos carros, uma
verdadeira invasão tuga.
Mais um dia soalheiro, mas
ventoso, que prometia diante do percurso previsto. Íamos andar no coração dos
Picos de Europa e percorrer uma parte menos explorada turisticamente.
Passagem pelo imperdível
Desfiladeiro de los Beyos, na estrada de Riaño. Virámos para a Posada de
Valdeón (http://www.valdeon.org/), onde
apanhamos uma overdose de curvas e paisagens deslumbrantes. Um vale escondido
no meio dos Picos, com uma beleza única e onde o turismo ainda não está
massificado. Aqui as estradas estavam em pior estado e o piso degradado
dificultou a viagem. Assim que começamos a rolar novamente numa estrada
nacional, o andamento melhorou substancialmente, quando numa curva em cotovelo,
surge o afamado mirador do cervo. Nova paragem, para foto em grupo, em família
e individual nas costas do desgraçado do bicho, já polidas de tanta gente que
subiu e tirou a respectiva foto.
Como o próximo ponto de visita
era Fuente Dé e porque a fome já apertava, almoçamos junto do mosteiro de Santo
Toribio de Liebana (http://www.mosheh.net/toribio/Sto_toribio.htm)
onde está um relicário que contém um dos maiores fragmentos de madeira da cruz
onde Cristo foi crucificado. Se é verdade não sei, mas que aquilo movimenta
muito, é um facto.
Almoçados, pequena passagem pelas
brasas e subida até Fuente Dé (http://www.verdenorte.com/fuente-de)
num ritmo intenso, face ao excelente piso desta estrada de montanha com curvas
abertas.
Como qualquer viajante que
deambule pelos Picos, subimos no teleférico, o que nos proporcionou vistas
únicas e de uma perspectiva diferente, após uma ascensão de cerca de 800m.
Marcado mais um ponto no mapa,
descemos novamente para Potes (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/potes.html),
onde visitamos o centro histórico.
De Potes rumámos a Riaño (http://www.minube.com/que_ver/espana/leon/riano),
onde passaríamos a última noite, com a sensação que o bom estava a acabar
rapidamente.
Depois de vários dias de sol e
calor, a manhã acordou nublada, fazendo prever que íamos apanhar chuva. Últimas
fotos junto ao embalse de Riaño, outro dos ícones locais, arrancámos com a
sensação de uns dias bem passados, mas que poderiam ter sido mais, tendo em
conta a vontade de continuar a aventura.
Optámos por entrar em Portugal
pela fronteira de Vila Verde da Raia (Chaves), pois assim poderíamos rolar mais
tempo juntos. Testados os limites das reservas das motos, (o Cabecinhas andou
cerca de 80kms em reserva, o Sérgio fez mais de 30kms também em reserva, tal
como as CBR 1000 RR), almoçamos finalmente num restaurante em Portugal, por
indicação do Mendonça.
Que bem que soube aquele tradicional
bacalhau. A vontade de nos separarmos era pouca depois de tantos kms
percorridos e aventuras passadas, mas a vida continua, com a esperança que nos
encontraremos muito em breve.
Fica o registo de um
fim-de-semana fantástico, passado com verdadeiros companheiros.
Epílogo
- Pontos fortes:
·
A camaradagem;
·
A cumplicidade existente no grupo;
·
Os quilómetros percorridos;
·
O tempo;
·
O ambiente local.
- Pontos fracos:
·
Poucos dias;
·
Muito para visitar.
Até breve