quarta-feira, 25 de junho de 2014


Passeio Internacional CGD 2014 

Prefácio
Inserida na agenda anual da Caixa de Geral de Depósitos, a viagem internacional de 2014 será ao norte de Espanha, com visita à costa cantábrica, Astúrias e parque nacional dos Picos de Europa, um dos santuários dos moto-turistas europeus. 

5 de Junho de 2014 (Dia 0)

 
Este dia serviu para alguns elementos do grupo, nomeadamente o David Cabecinhas, Rui Chaves, António Silva e Delfina, adiantarem alguns kms, permitindo-lhes fazer o dia seguinte mais descansados.
Pernoitando em Vilar Formoso, tiveram a excelente companhia do Sr. Coelho durante o jantar. 

6 de Junho de 2014 (Dia 1 - Ligação)

 
Esperado com muita ansiedade pelos membros que tinham confirmado a sua presença, chegou do dia D.
O 1º ponto de encontro proposto foram as bombas de gasolina da Cepsa em Fuentes de Oñoro, onde às 9h se encontraram religiosamente o grupo que tinha pernoitado em Vilar Formoso, bem como o Sérgio Sousa e Cristina. Incrivelmente, o Rui Chaves estava presente à hora marcada!!!
Começa bem o passeio. Cumprimentos da praxe, fotos a atestar a passagem, encher os depósitos (das motos) e ala que ainda tínhamos que ir até Salamanca.
1º paragem ao fim de 112kms para conhecer ou relembrar Salamanca (http://www.salamanca.es/pt/). Com a visita guiada por um verdadeiro cicerone de seu nome Sérgio Sousa, os visitantes deambularam pela Plaza Mayor e respectivo centro histórico, passando pelas catedrais velha e nova (onde viram o leão a comer gelado e o astronauta na frontaria) bem com a Torre dos Jerónimos que separa a catedrais. Passagem pela Casa das Conchas, pátio das Escuelas, onde observaram a famosa rã, Universidad Pontifícia entre outros.
O tempo escoava e o encontro marcado com o Pedro Cerqueira, Alexandra Soares bem como a sempre encantadora Mara e a bem-disposta Sónia Barbosa em Tordesillas (http://www.tordesillas.net/) pelas 12h, obrigava a calcorrear novamente a estrada.
Com algum atraso, a invasão portuguesa e encontro de companheiros, registou-se na praça maior, para a 1ª foto de grupo com a bandeira da CDG, no dia em que se comemoravam 520 anos da assinatura do Tratado de Tordesillas.
Encontrado um sítio aprazível para um almoço volante, num miradouro junto ao Rio Douro, atacou-se o verdadeiro banquete proporcionado pela Xana e a Sónia.
Porque havia ainda muitos kms até Bilbao, tivemos que deixar Tordesillas. O resto da viagem foi sem grande história, apenas com as paragens necessárias e obrigatórias para descansar pernas, atestar motos e comprovar que as CBR 1000 RR conseguiam médias bem baixas, pelo andamento muito regular empreendido. À medida que nos aproximávamos do norte de Espanha, a paisagem plana, seca e amarela ia paulatinamente alterando para começar a imperar o tom verde e a montanha húmida que fazem lembrar os Alpes.
A chegada ao Hostel aconteceu ao final da tarde, depois dos muitos equívocos em cruzamentos, rotundas e entroncamentos, que provaram que Bilbao (http://www.bilbao.net/cs/Satellite?c=Page&cid=3000005415&language=es&pagename=Bilbaonet%2FPage%2FBIO_home) é uma cidade labiríntica e confusa, até mesmo para os GPS. 

7 de Junho de 2014 (Dia 2 – Costa da Cantábria)


 
A manhã nasceu bastante soalheira, contrariando as previsões de céu nublado e de alguma chuva, bastante frequentes no norte de Espanha. A saída do Hostel pelas 10h da manhã permitiu visitar o centro de Bilbao, o famoso museu do Guggenheim (http://www.guggenheim-bilbao.es/) e o respectivo “cãoteiro” puppy.
A manhã avançava, o calor apertava e a visita agendada a alguns lugares obrigava o pessoal a montar as cavalgaduras.
Como uma das máximas deste grupo da CGD é enriquecer-se culturalmente, não podia faltar a passagem pela Ponte de Vizcaya (http://www.puente-colgante.com/index.php/es/), ponte única no mundo pela sua singularidade.
O almoço marcado para Castro de Urdiales (http://www.turismocastrourdiales.net/portal/turcastro.jsp?codResi=2), não se realizou, pois a ansia de chegar a Santander era tal, que o grupo separou-se.
Como amigo não empata amigo, os adiantados foram para Santander e o restante grupo deambulou pela estrada nacional junto à deslumbrante costa cantábrica e golfo da Biscaia, onde se almoçou em Islares, novamente de forma volante. A maneira menos onerosa e mais rápida.
Bucha atestada toca de concluir o trajecto até Santander (http://cantabria.costasur.com/pt/santander.html) e reencontrar os mais adiantados. Ainda nos sentimos tentados em apanhar o ferry para Plymouth e visitar o sul de Inglaterra, mas por motivos de compromissos com o Mendonça, não embarcámos.
O próximo ponto de visita foi Santillana del Mar (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/santillana.html) a tal vila das três mentiras - 1ª não é Santa, 2ª não é plana e 3ª não está junto ao mar - património da humanidade.
Valeu pela visita à povoação, ao mosteiro local (colegiata) e pela calorosa recepção que o Mendonça nos proporcionou. Finalmente estava completo o grupo de peregrinos aos Picos de Europa. Continuamos a percorrer a estrada marginal em direcção a Llanes, passando por belas localidades como Comillas e San Vicente de la Barquera, terminando a jornada no simpático Hostel El Cantón (http://www.hotelelcanton.com/fotografias.htm). Junto ao porto de Llanes (http://www.llanes.com/), jantamos vários pratos e degustámos a famosa sidra asturiana. Como qualquer leigo que se preze e bom desconhecedor do truque de servir a sidra, foram bebidas várias garrafas sempre retirando a tampa com um formato esquisito que não percebíamos para que servia!!!! Cansados, bem comidos e bebidos, o corpo clamava por uma boa cama, para retemperar para o dia seguinte, onde entraríamos finalmente nos afamados Picos de Europa. 

8 de Junho de 2014 (Dia 3 – Finalmente Picos)


 
Mais um dia soalheiro e esplendido para a prática do moto-turismo. As conversações que o Cabecinhas andava a ter com São Pedro estavam a resultar!!!
Percorrida a distância que nos separava da porta de entrada dos Picos de Europa, parou-se em Cangas de Onís (http://www.cangasdeonis.com/) junto à famosa ponte romana, travando conhecimento com um hindu que estava a estudar em Espanha e se fazia deslocar numa scooter! Fantástico.
Mais fotos da praxe a atestar a nossa passagem, depressa se subiu até aos Lagos Ercina e Enol.
Finalmente chegados ao topo de um dos ícones do paraíso moto-turístico do continente europeu. A quantidade de motos a chegar e a partir era mesmo brutal, qual Cabo da Roca lá do burgo. Mais fotos, filmes e pelingrafias. O Mendonça como andava a um ritmo próprio e não devia apreciar muito a nossa companhia, decidiu descer primeiro e, como o lugar do almoço volante estava marcado para o parque de estacionamento do Lago Ercina, andou parte do dia desencontrado do resto do grupo.
Descida até à Basílica de Covadonga (http://www.santuariodecovadonga.com/), onde o Mendonça nos proporcionou mais uma recepção triunfal e onde pudemos apreciar as vistas, a Santa Cueva, onde de acordo com a tradição apareceu uma Virgem Santa na Cova e o vale a partir do qual Pelayo começou a reconquista da península Ibérica.
Porque havia mais pontos de interesse a percorrer ou conhecer e um programa a cumprir dirigimo-nos a Poncebos com o intuito de visitar Bulnes e conhecer o famoso funicular, (http://www.verdenorte.com/funicular-de-bulnes) mas passagens de € 21,00 por pessoa, inibiu a malta. Um casal pagaria mais de € 42,00!! Isso dá para muita gasolina. Tivemos oportunidade de confraternizar com um grupo de caminheiros da Caixa Geral de Depósitos que também estava nos Picos de Europa. Como o grupo não é de esmorecer e baixar os braços, decidiu ir até Sotres, bem no interior da cadeia montanhosa. Percorrida a estrada manhosa mas com vistas de cortar a respiração chegou-se a Sotres extasiados e a relatar as peripécias das curvas, nomeadamente do gajo da VTR SP1, que nos ultrapassou e por pouco não tinha seguido em frente num cruzamento!
Bebemos novamente sidra e finalmente percebemos o pormenor da tampa das garrafas! Infelizmente nestes dias as horas passam a correr, tivemos que descer novamente a serra até Cangas de Onís, onde se pernoitou.
A quantidade de portugueses que deambulava pelos Picos era impressionante. Grupos de motos, muitos carros, uma verdadeira invasão tuga. 

9 de Junho de 2014 (Dia 4 – No coração dos Picos)

 
Mais um dia soalheiro, mas ventoso, que prometia diante do percurso previsto. Íamos andar no coração dos Picos de Europa e percorrer uma parte menos explorada turisticamente.
Passagem pelo imperdível Desfiladeiro de los Beyos, na estrada de Riaño. Virámos para a Posada de Valdeón (http://www.valdeon.org/), onde apanhamos uma overdose de curvas e paisagens deslumbrantes. Um vale escondido no meio dos Picos, com uma beleza única e onde o turismo ainda não está massificado. Aqui as estradas estavam em pior estado e o piso degradado dificultou a viagem. Assim que começamos a rolar novamente numa estrada nacional, o andamento melhorou substancialmente, quando numa curva em cotovelo, surge o afamado mirador do cervo. Nova paragem, para foto em grupo, em família e individual nas costas do desgraçado do bicho, já polidas de tanta gente que subiu e tirou a respectiva foto.
Como o próximo ponto de visita era Fuente Dé e porque a fome já apertava, almoçamos junto do mosteiro de Santo Toribio de Liebana (http://www.mosheh.net/toribio/Sto_toribio.htm) onde está um relicário que contém um dos maiores fragmentos de madeira da cruz onde Cristo foi crucificado. Se é verdade não sei, mas que aquilo movimenta muito, é um facto.
Almoçados, pequena passagem pelas brasas e subida até Fuente Dé (http://www.verdenorte.com/fuente-de) num ritmo intenso, face ao excelente piso desta estrada de montanha com curvas abertas.
Como qualquer viajante que deambule pelos Picos, subimos no teleférico, o que nos proporcionou vistas únicas e de uma perspectiva diferente, após uma ascensão de cerca de 800m.
Marcado mais um ponto no mapa, descemos novamente para Potes (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/potes.html), onde visitamos o centro histórico.
De Potes rumámos a Riaño (http://www.minube.com/que_ver/espana/leon/riano), onde passaríamos a última noite, com a sensação que o bom estava a acabar rapidamente. 

10 de Junho de 2014 (Dia 5 – O até breve)

 
Depois de vários dias de sol e calor, a manhã acordou nublada, fazendo prever que íamos apanhar chuva. Últimas fotos junto ao embalse de Riaño, outro dos ícones locais, arrancámos com a sensação de uns dias bem passados, mas que poderiam ter sido mais, tendo em conta a vontade de continuar a aventura.
Optámos por entrar em Portugal pela fronteira de Vila Verde da Raia (Chaves), pois assim poderíamos rolar mais tempo juntos. Testados os limites das reservas das motos, (o Cabecinhas andou cerca de 80kms em reserva, o Sérgio fez mais de 30kms também em reserva, tal como as CBR 1000 RR), almoçamos finalmente num restaurante em Portugal, por indicação do Mendonça.
Que bem que soube aquele tradicional bacalhau. A vontade de nos separarmos era pouca depois de tantos kms percorridos e aventuras passadas, mas a vida continua, com a esperança que nos encontraremos muito em breve.
Fica o registo de um fim-de-semana fantástico, passado com verdadeiros companheiros.

 Algumas fotos do passeio:
(As mesmas foram colocadas de modo aleatório e de referir que o autor do texto é o Sérgio Sousa)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epílogo

- Pontos fortes:
·         A camaradagem;
·         A cumplicidade existente no grupo;
·         Os quilómetros percorridos;
·         O tempo;
·         O ambiente local. 

- Pontos fracos:

·         Poucos dias;
·         Muito para visitar.

 

Até breve

O Internacional de 2014


Passeio Internacional CGD 2014 

Prefácio
Inserida na agenda anual da Caixa de Geral de Depósitos, a viagem internacional de 2014 será ao norte de Espanha, com visita à costa cantábrica, Astúrias e parque nacional dos Picos de Europa, um dos santuários dos moto-turistas europeus. 

5 de Junho de 2014 (Dia 0)

 
Este dia serviu para alguns elementos do grupo, nomeadamente o David Cabecinhas, Rui Chaves, António Silva e Delfina, adiantarem alguns kms, permitindo-lhes fazer o dia seguinte mais descansados.
Pernoitando em Vilar Formoso, tiveram a excelente companhia do Sr. Coelho durante o jantar. 

6 de Junho de 2014 (Dia 1 - Ligação)

 
Esperado com muita ansiedade pelos membros que tinham confirmado a sua presença, chegou do dia D.
O 1º ponto de encontro proposto foram as bombas de gasolina da Cepsa em Fuentes de Oñoro, onde às 9h se encontraram religiosamente o grupo que tinha pernoitado em Vilar Formoso, bem como o Sérgio Sousa e Cristina. Incrivelmente, o Rui Chaves estava presente à hora marcada!!!
Começa bem o passeio. Cumprimentos da praxe, fotos a atestar a passagem, encher os depósitos (das motos) e ala que ainda tínhamos que ir até Salamanca.
1º paragem ao fim de 112kms para conhecer ou relembrar Salamanca (http://www.salamanca.es/pt/). Com a visita guiada por um verdadeiro cicerone de seu nome Sérgio Sousa, os visitantes deambularam pela Plaza Mayor e respectivo centro histórico, passando pelas catedrais velha e nova (onde viram o leão a comer gelado e o astronauta na frontaria) bem com a Torre dos Jerónimos que separa a catedrais. Passagem pela Casa das Conchas, pátio das Escuelas, onde observaram a famosa rã, Universidad Pontifícia entre outros.
O tempo escoava e o encontro marcado com o Pedro Cerqueira, Alexandra Soares bem como a sempre encantadora Mara e a bem-disposta Sónia Barbosa em Tordesillas (http://www.tordesillas.net/) pelas 12h, obrigava a calcorrear novamente a estrada.
Com algum atraso, a invasão portuguesa e encontro de companheiros, registou-se na praça maior, para a 1ª foto de grupo com a bandeira da CDG, no dia em que se comemoravam 520 anos da assinatura do Tratado de Tordesillas.
Encontrado um sítio aprazível para um almoço volante, num miradouro junto ao Rio Douro, atacou-se o verdadeiro banquete proporcionado pela Xana e a Sónia.
Porque havia ainda muitos kms até Bilbao, tivemos que deixar Tordesillas. O resto da viagem foi sem grande história, apenas com as paragens necessárias e obrigatórias para descansar pernas, atestar motos e comprovar que as CBR 1000 RR conseguiam médias bem baixas, pelo andamento muito regular empreendido. À medida que nos aproximávamos do norte de Espanha, a paisagem plana, seca e amarela ia paulatinamente alterando para começar a imperar o tom verde e a montanha húmida que fazem lembrar os Alpes.
A chegada ao Hostel aconteceu ao final da tarde, depois dos muitos equívocos em cruzamentos, rotundas e entroncamentos, que provaram que Bilbao (http://www.bilbao.net/cs/Satellite?c=Page&cid=3000005415&language=es&pagename=Bilbaonet%2FPage%2FBIO_home) é uma cidade labiríntica e confusa, até mesmo para os GPS. 

7 de Junho de 2014 (Dia 2 – Costa da Cantábria)


 
A manhã nasceu bastante soalheira, contrariando as previsões de céu nublado e de alguma chuva, bastante frequentes no norte de Espanha. A saída do Hostel pelas 10h da manhã permitiu visitar o centro de Bilbao, o famoso museu do Guggenheim (http://www.guggenheim-bilbao.es/) e o respectivo “cãoteiro” puppy.
A manhã avançava, o calor apertava e a visita agendada a alguns lugares obrigava o pessoal a montar as cavalgaduras.
Como uma das máximas deste grupo da CGD é enriquecer-se culturalmente, não podia faltar a passagem pela Ponte de Vizcaya (http://www.puente-colgante.com/index.php/es/), ponte única no mundo pela sua singularidade.
O almoço marcado para Castro de Urdiales (http://www.turismocastrourdiales.net/portal/turcastro.jsp?codResi=2), não se realizou, pois a ansia de chegar a Santander era tal, que o grupo separou-se.
Como amigo não empata amigo, os adiantados foram para Santander e o restante grupo deambulou pela estrada nacional junto à deslumbrante costa cantábrica e golfo da Biscaia, onde se almoçou em Islares, novamente de forma volante. A maneira menos onerosa e mais rápida.
Bucha atestada toca de concluir o trajecto até Santander (http://cantabria.costasur.com/pt/santander.html) e reencontrar os mais adiantados. Ainda nos sentimos tentados em apanhar o ferry para Plymouth e visitar o sul de Inglaterra, mas por motivos de compromissos com o Mendonça, não embarcámos.
O próximo ponto de visita foi Santillana del Mar (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/santillana.html) a tal vila das três mentiras - 1ª não é Santa, 2ª não é plana e 3ª não está junto ao mar - património da humanidade.
Valeu pela visita à povoação, ao mosteiro local (colegiata) e pela calorosa recepção que o Mendonça nos proporcionou. Finalmente estava completo o grupo de peregrinos aos Picos de Europa. Continuamos a percorrer a estrada marginal em direcção a Llanes, passando por belas localidades como Comillas e San Vicente de la Barquera, terminando a jornada no simpático Hostel El Cantón (http://www.hotelelcanton.com/fotografias.htm). Junto ao porto de Llanes (http://www.llanes.com/), jantamos vários pratos e degustámos a famosa sidra asturiana. Como qualquer leigo que se preze e bom desconhecedor do truque de servir a sidra, foram bebidas várias garrafas sempre retirando a tampa com um formato esquisito que não percebíamos para que servia!!!! Cansados, bem comidos e bebidos, o corpo clamava por uma boa cama, para retemperar para o dia seguinte, onde entraríamos finalmente nos afamados Picos de Europa. 

8 de Junho de 2014 (Dia 3 – Finalmente Picos)


 
Mais um dia soalheiro e esplendido para a prática do moto-turismo. As conversações que o Cabecinhas andava a ter com São Pedro estavam a resultar!!!
Percorrida a distância que nos separava da porta de entrada dos Picos de Europa, parou-se em Cangas de Onís (http://www.cangasdeonis.com/) junto à famosa ponte romana, travando conhecimento com um hindu que estava a estudar em Espanha e se fazia deslocar numa scooter! Fantástico.
Mais fotos da praxe a atestar a nossa passagem, depressa se subiu até aos Lagos Ercina e Enol.
Finalmente chegados ao topo de um dos ícones do paraíso moto-turístico do continente europeu. A quantidade de motos a chegar e a partir era mesmo brutal, qual Cabo da Roca lá do burgo. Mais fotos, filmes e pelingrafias. O Mendonça como andava a um ritmo próprio e não devia apreciar muito a nossa companhia, decidiu descer primeiro e, como o lugar do almoço volante estava marcado para o parque de estacionamento do Lago Ercina, andou parte do dia desencontrado do resto do grupo.
Descida até à Basílica de Covadonga (http://www.santuariodecovadonga.com/), onde o Mendonça nos proporcionou mais uma recepção triunfal e onde pudemos apreciar as vistas, a Santa Cueva, onde de acordo com a tradição apareceu uma Virgem Santa na Cova e o vale a partir do qual Pelayo começou a reconquista da península Ibérica.
Porque havia mais pontos de interesse a percorrer ou conhecer e um programa a cumprir dirigimo-nos a Poncebos com o intuito de visitar Bulnes e conhecer o famoso funicular, (http://www.verdenorte.com/funicular-de-bulnes) mas passagens de € 21,00 por pessoa, inibiu a malta. Um casal pagaria mais de € 42,00!! Isso dá para muita gasolina. Tivemos oportunidade de confraternizar com um grupo de caminheiros da Caixa Geral de Depósitos que também estava nos Picos de Europa. Como o grupo não é de esmorecer e baixar os braços, decidiu ir até Sotres, bem no interior da cadeia montanhosa. Percorrida a estrada manhosa mas com vistas de cortar a respiração chegou-se a Sotres extasiados e a relatar as peripécias das curvas, nomeadamente do gajo da VTR SP1, que nos ultrapassou e por pouco não tinha seguido em frente num cruzamento!
Bebemos novamente sidra e finalmente percebemos o pormenor da tampa das garrafas! Infelizmente nestes dias as horas passam a correr, tivemos que descer novamente a serra até Cangas de Onís, onde se pernoitou.
A quantidade de portugueses que deambulava pelos Picos era impressionante. Grupos de motos, muitos carros, uma verdadeira invasão tuga. 

9 de Junho de 2014 (Dia 4 – No coração dos Picos)

 
Mais um dia soalheiro, mas ventoso, que prometia diante do percurso previsto. Íamos andar no coração dos Picos de Europa e percorrer uma parte menos explorada turisticamente.
Passagem pelo imperdível Desfiladeiro de los Beyos, na estrada de Riaño. Virámos para a Posada de Valdeón (http://www.valdeon.org/), onde apanhamos uma overdose de curvas e paisagens deslumbrantes. Um vale escondido no meio dos Picos, com uma beleza única e onde o turismo ainda não está massificado. Aqui as estradas estavam em pior estado e o piso degradado dificultou a viagem. Assim que começamos a rolar novamente numa estrada nacional, o andamento melhorou substancialmente, quando numa curva em cotovelo, surge o afamado mirador do cervo. Nova paragem, para foto em grupo, em família e individual nas costas do desgraçado do bicho, já polidas de tanta gente que subiu e tirou a respectiva foto.
Como o próximo ponto de visita era Fuente Dé e porque a fome já apertava, almoçamos junto do mosteiro de Santo Toribio de Liebana (http://www.mosheh.net/toribio/Sto_toribio.htm) onde está um relicário que contém um dos maiores fragmentos de madeira da cruz onde Cristo foi crucificado. Se é verdade não sei, mas que aquilo movimenta muito, é um facto.
Almoçados, pequena passagem pelas brasas e subida até Fuente Dé (http://www.verdenorte.com/fuente-de) num ritmo intenso, face ao excelente piso desta estrada de montanha com curvas abertas.
Como qualquer viajante que deambule pelos Picos, subimos no teleférico, o que nos proporcionou vistas únicas e de uma perspectiva diferente, após uma ascensão de cerca de 800m.
Marcado mais um ponto no mapa, descemos novamente para Potes (http://www.spain.info/en/que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/potes.html), onde visitamos o centro histórico.
De Potes rumámos a Riaño (http://www.minube.com/que_ver/espana/leon/riano), onde passaríamos a última noite, com a sensação que o bom estava a acabar rapidamente. 

10 de Junho de 2014 (Dia 5 – O até breve)

 
Depois de vários dias de sol e calor, a manhã acordou nublada, fazendo prever que íamos apanhar chuva. Últimas fotos junto ao embalse de Riaño, outro dos ícones locais, arrancámos com a sensação de uns dias bem passados, mas que poderiam ter sido mais, tendo em conta a vontade de continuar a aventura.
Optámos por entrar em Portugal pela fronteira de Vila Verde da Raia (Chaves), pois assim poderíamos rolar mais tempo juntos. Testados os limites das reservas das motos, (o Cabecinhas andou cerca de 80kms em reserva, o Sérgio fez mais de 30kms também em reserva, tal como as CBR 1000 RR), almoçamos finalmente num restaurante em Portugal, por indicação do Mendonça.
Que bem que soube aquele tradicional bacalhau. A vontade de nos separarmos era pouca depois de tantos kms percorridos e aventuras passadas, mas a vida continua, com a esperança que nos encontraremos muito em breve.
Fica o registo de um fim-de-semana fantástico, passado com verdadeiros companheiros.

 Algumas fotos do passeio:
(As mesmas foram colocadas de modo aleatório e de referir que o autor do texto é o Sérgio Sousa)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epílogo

- Pontos fortes:
·         A camaradagem;
·         A cumplicidade existente no grupo;
·         Os quilómetros percorridos;
·         O tempo;
·         O ambiente local. 

- Pontos fracos:

·         Poucos dias;
·         Muito para visitar.

 

Até breve

domingo, 22 de junho de 2014

Summer Night Ride 2014


O fim-de-semana de 14 e 15 de Junho, ficará para sempre gravado na memória de uns quantos amigos, que ao terem aceitado o convite dos Espaços Sonoros de Coimbra, deitaram mãos à obra e lá foram dar uma voltinha de moto para os lados de Setúbal e Sagres.
Espaços Sonoros são uma empresa sediada em Coimbra, gerida por dois irmãos (Rui e Filipe) que se dedica à comercialização de sistemas de navegação GPS, car-áudio, telecomunicações e electrónica para motos, além de promover diversos eventos e cursos de formação. Trata-se pois de uma empresa com sucesso e muito prestável para todos os motociclistas que por lá quiserem passar.
Este ano, lançou mais uma vez o desafio a todos aqueles que se quisessem inscrever na página do Facebook da empresa, para fazer uns poucos de quilómetros em moto, à descoberta de estradas fantásticas e procurando também criar mais algumas amizades além de aventuras para registar na página de cada um.
Foi assim que um grupo de amigos da Secção de Motociclismo da Caixa decidiu aderir e lá partiram à aventura.
Então no sábado (14) pelas 12 horas, o José Augusto (eu) lá partiu de Vilar Formoso a caminho de Coimbra para o encontro com o Jorge Martins, Carla Martins e Carlos Martins, previsto para as 15:30, não sem antes ter feito uma paragem para aconchego estomacal em Tondela.
À hora indicada, as três motos e os quatro motards, partiram em direcção ao próximo ponto de encontro para agregação de mais duas motos. Localidade Leiria, onde o David Cabecinhas e o Fílipe Salgado já estavam preparados para o próximo trajecto.
Guiados pelo Carlos Martins, lá se rumou até Cascais, não sem que antes numa estação de serviço relativamente perto, apanhar o Guilherme Alencar que nos esperava para se juntar ao grupo. Em casa do amigo António e Delfina, refrescámos as gargantas com um bom champanhe francês e um bolinho caseiro, que estava uma delícia. Alguns minutos para descanso e conversa de circunstância e já com o António na sua BMW 1200, partimos para o local onde estava montado o Secretariado do evento com os homens dos Espaços Sonoros, local onde todos os participantes dos mais variados pontos do país se concentraram.
Pouco passava das 19 horas quando ali chegados, já nos esperavam mais quatro motards, a Paula e o José Cisneiro e os familiares Maria Ramalho e João Saúde.
Feito o “check-in”, levantada a documentação e actualizados os GPS pela organização com o trajecto que deveríamos seguir, partimos em direcção a Setúbal, onde teríamos que jantar para depois às 23 horas apanharmos o barco para a travessia em direcção a Tróia. Não foi difícil conseguir um espaço para jantar, mas que havia muita gente, lá isso havia. O motivo tinha a ver com o desfile das marchas populares naquela cidade piscatória. Já não conseguimos arranjar o tão afamado choco frito (claro já passava das 21h), mas os bitoques com ovo a cavalo estavam muito bons. E as sandes de presunto? Deliciosas.
Mesmo em cima da hora ainda fomos abastecer as motos, já que a noite era inteirinha para rodar. Mas claro, sempre há alguém que por este ou aquele motivo acaba por pensar que não é necessário para já. Foi o caso do David Cabecinhas. A moto ainda tinha gasolina, pois vinha atestada desde Leiria.
Chegados a Tróia, saídos do barco, aí vamos nós guiados a partir daqui pelo José Cisneiro a caminho de Vila Nova de Milfontes, local onde estava programada a seguinte paragem para abastecimento….dos motards.
Ao longo da estrada que nos levou de Tróia rumo a sul, foi muito interessante ver a quantidade de luzes brancas que nos seguiam, através do retrovisor, e as vermelhinhas que viajavam à nossa frente. Apesar de ser de noite mas com um luar fantástico, as 10 motos do nosso grupo nunca se perderam. E quando temos um guia como o Cisneiro, conhecedor da região como poucos, estávamos à vontade. Tão à vontade, que alguns dos outros participantes decidiram não seguir a pista do GPS e juntaram-se a nós para encurtar caminho por outras estradas.
Por volta da 01:30h num cruzamento perdido algures entre Sines e a barragem de Morgavel, encontrámos um bar aberto. Obrigatória paragem para refrescar as gargantas, pois havia calor e o jantar tinha deixado marca. Que o digam o Filipe Salgado e a Carla Martins já que mesmo antes de chegarmos a Tróia, ainda no barco, se estavam a queixar da sede.
Uma meia hora foi mais que suficiente para descanso.
Outra vez em cima das motos e a caminho de Vila Nova de Milfontes.
Esperava-nos ali um repasto divinal. E diga-se em abono da verdade que àquela hora (02:30h) depois de umas tantas curvinhas e retinhas com a brisa da noite, o apetite não se fez rogado. Frango estufado, lombo assado com batatinha, rissóis variados, croquetes, sandes variadas, bebidas de toda a espécie, fruta, doce e café, havia de tudo e com abundância. Que bem soube aquela paragem à luz da Lua na baía e a ouvir ao som da noite as ondas fraquinhas do mar a bater na areia….
Mas como o destino ainda estava a mais de cem quilómetros, havia necessidade de retomar caminho. Então depois de a organização nos ter convocado para uma foto de família junto à praia, rumou-se de novo a Sul.
O objectivo era o de estarmos na ponta de Sagres às 06:00h para podermos assistir ao nascer do Sol.
Nesta parte do trajecto, apenas um momento em que a atenção de alguns motards teve que ser muita em função do piso da estrada (terra batida) por onde tivemos que passar. Claro que aqueles que viajavam em motos enduro, fizeram o percurso a brincar. No final e com o despontar da manhã é que verificámos a quantidade de pó que tínhamos apanhado.
A partir daqui o David Cabecinhas começou a deixar o pessoal assustado, pois como não tinha abastecido a moto em Setúbal, e dado o avançar da hora em que as estações de serviço estão fechadas, a dificuldade de continuar viagem agravava-se, já que a reserva daria para poucos quilómetros. Quando víamos uma, lá íamos nós para ver se tinha abastecimento automático. Bom, estávamos no Alentejo e a maioria das máquinas em off-line. Chegados a Aljustrel, já não conseguíamos sair dali. A hipótese avançada pelo Cisneiro era de tirar um litro a cada moto para dar ao David. Mas nas bombas junto aos Bombeiros depois de muita insistência, lá se conseguiu obter o on-line da máquina para abastecimento (não fosse o David homem de informática). Foi uma alegria geral. Dali até a Sagres foi só acelerar.
Ainda não eram 06:00h e já tínhamos chegado ao destino. À hora prevista para o nascer do Sol (06:11h), este, nem vê-lo. Chegou-se a temer que o objectivo falhasse. Mas não. Às 06:19h, muito envergonhado, lá se dignou aparecer. Houve por parte da assistência um coro de exclamação de alegria e regozijo. Foi muito giro ver toda a gente com máquinas fotográficas e telemóveis recolher as primeiras imagens do dia do astro rei. Podemos afirmar com agrado e satisfação, depois de dezoito horas de viagem: Objectivo atingido!
Claro que o dia e a viagem não terminavam ali. Então e o regresso a casa? Há pois.
Agora havia que fazer o inverso. Pelo que me foi dado auscultar, fui a pessoa que viajou de mais longe. Já tinha feito mais de setecentos quilómetros. Estava montado em cima da moto desde o meio-dia do dia anterior (tirando algumas paragens para abastecimento, quer da moto quer do condutor).
O pequeno-almoço estava também programado pela organização na praia de Sagres no snack Chiringuito. A simpatia das senhoras que nos serviram o mesmo, estava perfeitamente aliado a tudo o que nos tinham colocado à disposição. E a verdade é que a vontade já era alguma.
Como havia necessidade de regressar, também não se podia comer muito para que a viagem fosse como desejávamos. A questão que de imediato se colocou, foi a de quem é que fica e quem é que vai já de seguida?
A família Cisneiro e familiares como estavam próximo de casa disseram que iam arrancar já. Considerando que eu tinha tanto ainda para andar, decidi também partir de imediato, até porque àquela hora (07:15h) o calor já era algum. O receio de passar no Alentejo mais para a tarde, estava a assustar-me pois o cansaço poderia pregar-me alguma partida indesejada. O Guilherme Alencar também decidiu acompanhar-nos pois estava bem e pretendia chegar a casa ainda para almoçar com a família, já que ficava em Lisboa.
Como todos os outros decidiram ficar, despedimo-nos e partimos. Estávamos a abastecer as motos numa estação de serviço ainda em Sagres, quando o António Silva e o David Cabecinhas apareceram e decidiram também partilhar o regresso, com o mesmo receio do calor mais tarde.
Na A13 despedimo-nos do pessoal do Montijo, a família Cisneiro que rumou para casa. Também o António e o Guilherme rumaram a Lisboa, pelo que só o David e eu seguimos em direcção a Santarém. Ali apanhámos a A1 e foi rodar até Leiria onde o David também ficou. Acabei de novo por viajar sozinho até Coimbra para depois entrar no IP3. Fiz de novo um pequeno intervalo em Tondela, onde um banho rápido e um pequeno abastecimento me fizeram muito bem. Dali até casa foi um saltinho. Cheguei bem (e todos chegámos bem, mesmo os que ficaram para o regresso mais tarde) e quando eram 20:00h já estava de pantufas.
Ficaram para trás momentos únicos, inesquecíveis, amigos novos, qualquer coisa como 1.477 quilómetros e 28h seguidas em cima de um banco de moto (Yamaha FJR 1300).
Cansado? Nem por isso.
No próximo lá estaremos de novo (se houver).  
 
Algumas fotos do evento: